Yann Tiersen no CCB, em Lisboa [texto + fotogaleria]


Yann Tiersen no CCB, em Lisboa [texto + fotogaleria]

Foi com idades entre os "8 aos 80" que a plateia do Grande Auditório da CCB se encheu e assim esgotou o primeiro de dois concertos agendados para dia 19 de outubro, num domingo em que ninguém quis ficar de pijama em casa e perder  um espetáculo (em toda a ascensão da palavra) do multi-instrumentista francês Yann Tiersen.

17 Horas e a ansiedade aumenta. As luzes apagam e o frenesim da sala sessa de repente. Apesar da promessa de verão (tardio!) lá fora, o som que se ouve é o da chuva a cair. Como se de velas se tratassem, acendem-se suaves as escassas luzes existentes em palco e o protagonista acompanhado pelos seus fieis escudeiros entram finalmente em cena. Não tardou muito para que a melancolia do (até então) composto palco se transforma-se numa constante oscilação de sons e cores vibrantes.

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A interação com o público foi pouca, mas um "obrigada" aqui e ali, satisfez o publico que estava ali para outras conversas… Como só ele sabe fazer, Yann Tiersen dialogou com o público não em francês, sua língua materna, nem sequer em inglês, mas sim numa linguagem universal e transversal a todos, a Música. A sua Música! Foi numa postura introspetiva, concentrada e ágil no deambular de um instrumento para o outro, que o artista apresentou, em todo o seu esplendor, o seu ultimo trabalho (de 2014), o álbum Infinity.

No desenrolar do concerto houve também referencias a outros álbuns, como a música "The Gutter", do álbum Skyline (2011) e foi notória a surpresa e o entusiasmo do público, ao reconhecer o som tão caraterístico da escaleta, usada inúmeras vezes naquela que o deu a conhecer ao grande público, a banda sonora do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Com "La Dispute", o público desfrutou de um momento revivalista (muito apreciado!) que terminou com o caraterístico som da roda de bicicleta a girar no vazio.

Já no final, o público aplaudia chamando efusivamente pelo artista, que tardou mas regressou a palco para um encore. Yann Tiersen brindou o publico com mais três músicas, sendo nas duas primeiras tocou sozinho, primeiro ao piano e depois ao violino. Os restantes elementos juntaram-se a ele para o grande final, com a apropriada "Till the End". Tal como no início do espetáculo, os sons da natureza surgiram desta vez com o vento que ficou a pairar no ar até as luzes da Grande Auditório acenderem e o público de alma reconfortada saiu de sorriso na rosto.

Fotos: Diogo Oliveira/Oporto Agency
Texto: Anaïs Vachier c/ Oporto Agency