Vodafone Paredes de Coura: dia 2 (21/08), com Franz Ferdinand, Mac DeMarco e Thee Oh Sees
Alex Kapranos e companhia conquistaram o público de Paredes de Coura. 26 mil festivaleiros, números oficiais, na segunda noite de festival. Reportagem e fotos dos concertos para conferir abaixo.
FAST EDDIE NELSON
O alter-ego de Nelson Oliveira relevou-se uma grande surpresa para a pouca plateia que pairava junto do palco da Vodafone FM. Fast Eddie Nelson trouxe um misto de fusões de ritmos entre o blues, rock, bluegrass e uma ligeira pitada de psicadelismo que embriagava aos poucos quem por lá passava.
"Obrigado por terem aparecido, espero que aproveitem muito a noite, a malta do Minho devia de ter vergonha de morar num lugar tão bonito.", com ou sem timidez o público abraçou a musicalidade da banda oferecendo um belo começo de mais um dia do festival.
OSO LEONE
O início dos concertos no Palco Vodafone era lançado pelo compasso peculiar dos espanhóis Oso Leone. Numa plateia ainda pronta a ser preenchida, onde o sol convidava os espectadores a sentarem-se no relvado do anfiteatro, o rock progressivo da banda ia iluminando os que pairavam de pé em frente ao palco.
PANAMA
No palco Vodafone FM, ouviam-se as batidas futuristas eletrónicas numa fusão com a intemporalidade do trio australiano Panama. Temas como "Always" e "How We Feel" faziam-se ouvir, denunciando que futuramente será uma banda a ter em conta. Presumivelmente haveria um público mais rendido a este panorama musical se o horário escolhido não correspondesse à hora de jantar da maior parte dos festivaleiros.
SEASICK STEVE
[alpine-phototile-for-flickr src="set" uid="60380835@N08" sid="72157646703942182" imgl="fancybox" style="floor" row="5" size="640" num="21" highlight="1" align="center" max="100" nocredit="1"]
Visual rústico, com direito a barba, jardineira suja e uma inseparável garrafa de vinho, foi assim que Seasick Steve tomou o palco da Vodafone na tarde do segundo dia do festival. O músico, aos seus 73 anos, havia-se apresentado horas antes numa serração em Formariz (uma das freguesias do concelho de Paredes de Coura) para alguns festivaleiros, onde deu uma amostra do que seria visto no concerto de mais tarde, envolvendo os que lá estavam com a sua mistura única de blues, country e boogie.
Na apresentação no palco principal do festival, Steve foi recebido calorosamente pelos festivaleiros. Acompanhado apenas por um baterista, arrancou palmas ritmadas e animadas do público, parando algumas vezes para conversar um pouco e beber, claro.
Seasick Steve elogiou o Vodafone Paredes de Coura dizendo "Eu estive em 18 festivais e este é o mais bonito, juro por Deus" e "Eu passeei pelo rio e isto aqui é lindo, a sério".
Sempre interagindo com os festivaleiros, o músico convidou uma rapariga chamada Ana ao palco e dedicou-lhe uma canção, e brincou ao dizer "Só estou tentando fazer você ser minha namorada…então você finge que isso é verdade e eu finjo que sou 50 anos mais jovem".
Steve terminou o concerto – que foi considerado um dos melhores do dia – agradecendo ao público pelo tempo que compartilharam.
THURSTON MOORE
[alpine-phototile-for-flickr src="set" uid="60380835@N08" sid="72157646301084790" imgl="fancybox" style="floor" row="5" size="640" num="16" highlight="1" align="center" max="100" nocredit="1"]
Desde a dissolução dos Sonic Youth, o seu fundador – Thurston Moore – dedicou-se ao seu trabalho a solo e desta vez apresentou-se no Palco Vodafone FM acompanhado por Steve Shelley (ex-Sonic Youth) na bateria.
As sombras projetadas no palco deixavam antever um clima de mistério, mostrando que esta figura do rock independente ainda sabe criar sonoridades que divagam entre guitarradas energéticas e enfraquecidas proporcionando vários suspiros pela plateia.
MAC DEMARCO
[alpine-phototile-for-flickr src="set" uid="60380835@N08" sid="72157646298516199" imgl="fancybox" style="floor" row="5" size="640" num="15" highlight="1" align="center" max="100" nocredit="1"]
Mac Demarco foi quem se apresentou no anfiteatro de Paredes de Coura às 21:20 deste segundo dia de festival, "Estamos muito felizes por estar aqui", afirmou Mac.
O grupo, que foi recebido com bastante entusiasmo, iniciou o concerto com a música "Salad Days". Mac ainda dedicou a apresentação à sua mãe pelo aniversário da mesma.
O soft pop do canadense de 24 anos contagiou o público de forma surpreendente, com letras que mesclavam romance e bom humor e muita energia. Os festivaleiros pulavam, cantavam, gritavam e faziam crowd surfing, numa apresentação onde ficar entediado era impossível.
Demarco, que a exemplo de Seasick Steve tinha uma garrafa de vinho no palco à qual recorria de vez em quando, chamou uma rapariga de nome Filipa ao palco e tentou fazê-la cantar algo numa interpretação de um dos temas de Bob Marley, mas a garota demonstrava estar um tanto tímida, o que é compreensível visto que o recinto estava completamente cheio. O cantor, como forma de descontrair a rapariga, ofereceu-lhe a garrafa de vinho e chamou outra festivaleira, e em seguida um rapaz. Mac ainda pediu um cigarro a um dos festivaleiros e mais tarde se jogou do palco para o público para fazer crowd surfing, o que incendiou toda a plateia e terminando assim o concerto, com vários jovens abraçados a si.
THEE OH SEES
[alpine-phototile-for-flickr src="set" uid="60380835@N08" sid="72157646704119312" imgl="fancybox" style="floor" row="5" size="640" num="15" highlight="1" align="center" max="100" nocredit="1"]
Se a noite estava a correr pacatamente no palco Vodafone FM, eis que a presença de Thee Oh Sees desencadeou uma boa dose de loucura na plateia que fervorosamente fazia mosh e crowd surfing. John Dwyer e Brigid Dawson nas vozes, Petey Dammit no baixo e Mike Shoun na bateria, faziam as melodias vibrantes ressoar as partículas do garage-punk-pop experimental da banda.
"I Come From The Mountain" foi interrompida pela invasão de palco por parte de um membro da assistência que entusiasticamente quis se juntar à banda. Numa tentativa mal sucedida que fora travada por um segurança mostrando toda a sua pujança e robustez física, e que por consequência dominou o silêncio de Thee Oh Sees até o vocalista John Dwyer proferir "Não esganes o homem, por favor!"
CHVRCHES
[alpine-phototile-for-flickr src="set" uid="60380835@N08" sid="72157646297084327" imgl="fancybox" style="floor" row="5" size="640" num="25" highlight="1" align="center" max="100" nocredit="1"]
Formada por Lauren Mayberry, Iain Cook e Martin Doherty, a banda escocesa Chvrches, que lançou o seu primeiro álbum no ano passado, The Bones Of You Believe, subiu ao palco Vodafone com boa receção dos festivaleiros mais animados que estavam mais próximos, porém com menos entusiasmo pelos demais.
O ritmo eletrónico dançante foi contagiando aos poucos o público e conseguiu fazer mexer uma parte deste, Lauren, a vocalista do grupo, agradeceu a presença dos que lá estavam na primeira apresentação dos Chvrches em território português.
A banda, que atualmente faz mais sucesso em terras britânicas, certamente conquistou mais alguns fãs em Paredes de Coura, levando o tom doce da voz de Lauren, misturado aos sintetizadores com músicas como "Lies", "Guns" e "Recover" aos ouvidos e corações dos festivaleiros, sendo a penúltima apresentação da noite no palco principal.
FRANZ FERDINAND
[alpine-phototile-for-flickr src="set" uid="60380835@N08" sid="72157646312180829" imgl="fancybox" style="floor" row="5" size="640" num="25" highlight="1" align="center" max="100" nocredit="1"]
No anfiteatro da Praia Fluvial do Taboão pela segunda vez, os Franz Ferdinand, atração mais aguardada da noite, subiram ao palco para mais de 26 mil pessoas, fazendo vibrar tanto os que estavam junto às grades de contenção quanto os festivaleiros mais distantes com um concerto repleto de sucessos, não foi à toa que a banda pôs todos a cantar.
A banda de Alex Kapranos apresentou músicas como "No You Girls", "Dark of the Matinée", "Tell Her Tonight", "Do You Want To", "Stand On The Horizon" e "Auf Achse". Os festivaleiros fizeram crowd surfing por praticamente todo o concerto e por várias vezes os seguranças tiveram que controlar alguns que insistiam em atravessar as grades de isolamento.
Pode-se dizer que os Franz Ferdinand não deixaram nada a desejar, presenteando a plateia com uma apresentação de quase duas horas cheia de energia e sucessos onde Coura teve uma verdadeira celebração ao rock.
No final ainda houve pedido de encore, que foi atendido, para o delírio dos festivaleiros, Alex fechou o segundo dia do festival com chave de ouro ao fazer com que todos se sentassem e cantassem baixinho. Certamente um concerto memorável.
Fotos: Diogo Baptista/Oporto Agency
Texto: Camila Câmara c/ Oporto Agency
Inserido por Redação · 22/08/2014 às 17:41