Resistência na Casa da Música, no Porto: reportagem


Resistência na Casa da Música, no Porto: reportagem

Grupo português passou pela Casa da Música, apresentado a sua tour "Palavras ao Vento".

Duas décadas depois, a Resistência voltou para trazer a palco grandes temas da língua lusitana, provando que os outrora músicos em início de carreira, estão agora mais maduros e seguros de si, prontos a brilhar nas mais conceituadas salas do país.

Sob a luz de nove holofotes, nove músicos enfrentaram o público portuense que os aguardava expectante na ampla sala da Casa da Música, arrancando com uma longa e exuberante introdução exclusivamente instrumental.

Naquele palco tão vasto, mas tão cheio, estava Alexandre Frazão na bateria, Fernando Cunha, Mário Delgado e Tim na guitarra, Fernando Júdice no baixo, José Salgueiro na percussão e Rui Luís Pereira, Pedro Jóia e Pedro Ayres Magalhães na guitarra clássica. Mas como a conta ainda não estava certa, ao segundo tema, Olavo Bilac e Miguel Ângelo encontraram-se com os restantes músicos em palco, para dar voz ao grupo.

"Nasce Selvagem" foi a música de arranque da banda criada na década de 90 e o primeiro momento de manifestação de entusiasmo do público, que a pedido de Miguel Ângelo, levantou os braços para acompanhar a melodia. Seguiu-se "Fado" e "Amanhã é sempre tarde de mais", dos Rádio Macau, "Timor", um original da banda, entre muitas outras grandes músicas.

Onze homens em palco, onze artistas que se articulam harmoniosamente, criando uma alternância coesa entre o que cada um desempenha. Quem  numa música é voz principal, na seguinte é o coro ou apenas o músico com o seu instrumento.

Com o objetivo primordial de enaltecer a música portuguesa ao mesmo tempo que a dão a conhecer de forma mais intimista, quatro novos (velhos) êxitos foram recriados e apresentados: "A Cidade Fantasma", dos Rádio Macau, "Deitar a Perder", dos Xutos & Pontapés, "Ser Maior", dos Delfins e "Vai Sem Medo", da Banda Cósmica.

O concerto ainda nem a meio estava, quando, a pouco e pouco, os vários elementos em palco foram saindo, deixando apenas os artistas da percussão, bateria e baixo no que parecia uma disputa musical. Fernando Júdice foi o primeiro a desistir, seguido de José Salgueiro, sobrando apenas Alexandre Fragão que não se deixou intimidar e deu um grande espetáculo na bateria. E foi assim que conseguiu chamar, novamente, os reconhecidos músicos a palco.

Com "Chamaram-me Cigano", em homenagem a Zeca Afonso, Olavo Bilac e Miguel Ângelo dançaram no meio da multidão e foi com "Não sou o único", "Um lugar ao sol" e "Aqui ao Luar", que os resistentes deram o espetáculo por terminado.

Fotos: António Teixeira
Texto: Magda Santos