Primavera Sound: Porto rendido ao misticismo de PJ Harvey


Primavera Sound: Porto rendido ao misticismo de PJ Harvey

Foi na versão feminina que a 11ª edição do Primavera Sound Porto arrancou na última quinta-feira. SZA e Mistski eram outros dos nomes aguardados, mas foi PJ Harvey que recebeu a maior ovação da plateia.

A britânica era a cabeça de cartaz deste primeiro dia e, apesar de alguns problemas técnicos na guitarra registados no início da atuação, conseguiu agarrar a plateia desde o primeiro minuto.

A vertente mais roqueira da artista foi contornada com o estilo fantasioso do último álbum, I Inside the Old Year Dying, mas não o suficiente para evitar que trouxesse, de novo, à ribalta temas como "Man-Size" e "Dress". Um momento que arrebatou um verdadeiro "wow" do seio do público. Público esse que contava com uma diversidade de gerações que, desta forma, ilustram que, apesar dos 54 anos, PJ ainda tem muito que dar à música.


PJ Harvey no Primavera Sound Porto – Mónica Joady © Copyright Noite e Música 2024

Porém, "Let England Shake" e "Glorious Land" foram dois exemplos que a sonoridade da britânica continua bem atual. Se na altura em que foram produzidas, as letras tinham o foco nos combates no Afeganistão, hoje são vistas como hinos anti-guerra pelos conflitos que assolam, nomeadamente, o Médio Oriente e a Ucrânia.

A performance teatral da britânica foi outros dos pontos em destaque do concerto que em sintonia com os brancos da luz e das roupas, transportou não só assistência, como John Parish, seu eterno parceiro musical, para uma realidade bem distante.

PJ Harvey não desapontou. Na plateia houve até quem recordasse a atuação da britânica no Festival do Sudoeste, no longínquo ano de 2001, ao mesmo tempo que prometia estar presente num próximo concerto desta mítica artista.

A SURPRESA DA TARDE

Sob a influência do rock pop australiano da década de 70, os Royel Otis surpreenderam o público que se concentrou ao longo do recinto do Palco Vodafone.


Royel Otis no Primavera Sound Porto – Mónica Joady © Copyright Noite e Música 2024

O ritmo eletrizante das guitarras contagiaram mesmo aqueles que eram mais céticos e que desconheciam este quarteto liderado por Royel Maddell e Otis Pavlovic. Porém, nem eram todos desconhecidos. No meio, um grupo de fãs fez questão de cantarolar os êxitos da banda, como foi o caso de "Sofa King", "Murder on the dance floor" e "Oysters in my pocket".

Foi uma das surpresas da tarde de quinta feira, daí não ter sido de estranhar que os australianos tenham terminado o concerto com uma multidão digna de um palco principal.

Equipa Noite e Música Magazine no Primavera Sound Porto
Mónica Joady e Cláudia Costa