Pixies ao vivo no Coliseu do Porto [fotos + texto]


Pixies ao vivo no Coliseu do Porto [fotos + texto]

Norte-americanos apresentaram Head Carrier no Coliseu do Porto e justificaram o porquê de serem considerados um marco do rock alternativo.

Os Pixies, grupo norte-americano de rock alternativo que nasceu para a música em 1986, formados por Black Francis, David Lovering, Joey Santiago, e agora Paz Lenchantin, baixista que se juntou em 2014, apresentou esta segunda-feira, no Coliseu do Porto, o seu sexto álbum de originais Head Carrier.

A sala portuense contou com algum público jovem, mas os fãs de longa data do grupo de Black Francis e companhia não falharam à chamada, sendo para muitos uma noite para recordar a adolescência e sentir uma enorme nostalgia.

A primeira parte do concerto foi assegurada pela banda norte-americana FEWS, que tem acompanhado os Pixies na sua digressão pela Europa. "Olá Porto, tudo bem?", foi assim que a banda deu as boas-vindas a uma plateia que já se mostrava entusiasmada pelo que a noite prometia. Com muita energia em palco e muito rock, os FEWS aqueceram o palco para a futura e tão esperada entrada dos pioneiros do rock alternativo.

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Os Pixies entraram em cena às 21h30 e, ainda que o concerto tenha começado com alguma necessidade de ajustes técnicos, após a primeira nota da guitarra de Joey Santiago, o Coliseu entrou em delírio. A banda, que celebra este ano 30 anos de carreira, trouxe a um público fiel um novo álbum de originais. Temas novos como "Chagga Lagga", "Oona", "Classic Masher", "Baal’s Back" e "All I think About Now" foram interpretados ao longo da noite. No entanto, todos os presentes esperavam ansiosamente pelos grandes hits da banda.

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Entre as canções recentes que foram tocadas com um registo meio psicadélico, fez-se ouvir o que tanto se esperava desde o início do concerto. Com o tema "Where is my mind?" até quem se encontrava na bancada se pôs de pé e várias foram os ecrãs dos telemóveis que iluminaram o Coliseu. "Monkey Gone to Heaven", "Debaser" e "Wave of Mutilation" foram igualmente recebidos com grande euforia, gritos e aplausos. Decididamente que os grandes êxitos dos anos 80/90 continuam a ser recordados com mais fervor e emoção entre todos os fãs. Mais uma vez, e em coro, o público vibrou com "Here Comes your Man".

A expetativa quanto ao novo disco era elevada e apesar do público se mostrar recetivo a este novo conjunto de originais, os temas mais conhecidos de Pixies continuam a ser aquilo que o público espera ouvir nos concertos. Pixies mostraram nunca desiludir e deram aos fãs aquilo que eles tanto esperavam por ouvir.

Após quase duas horas de nostalgia e vibrações positivas, o concerto parecia ter dado por terminado. Todos os membros da banda agradeceram a presença de todos, entre obrigados e acenos, agradecimento que foi retribuído com uma onda fortíssima de aplausos e assobios. Verificou-se assim o respeito e a admiração que Pixies tem vindo a conquistar ao longo dos anos como banda de rock. Porém, ainda houve tempo para voltarem às suas posições e cantarem o último tema "Into the White" ao mesmo tempo que uma nuvem de fumo branco cobria todo o Coliseu do Porto.

Head Carrier não ultrapassa o sucesso dos discos anteriores, o que já seria de esperar, mas é um álbum que sobressai neste ano de 2016, mantendo a sua reputação elevadíssima da banda que inspirou Kurt Cobain.

Fotos: António Teixeira
Texto: Filipa Melo