O Sol da Caparica: dia 1 (13/08), com Marcelo D2 e Resistência
Chegámos à 2ª edição d'O Sol da Caparica. As principais apostas são bandas nacionais com nomes que agradam a vários membros de qualquer família. Para o primeiro dia estava prometido um desfile de clássicos portugueses, quer com os Resistência que têm percorrido alguns palcos nacionais após quase duas décadas de ausência, quer com os eternos UHF. Os Dengaz, HMB, Carlão e Richie Campbel vêm mostrar o panorama musical mais atual e a expetativa do público mais jovem é grande. Estes entre outros nomes vão fazer-nos saltitar entre o palco SIC/RFM e o BLITZ. A música deu à Costa.
Pouco passavam das 21 horas quando os Resistência entram em palco. Com um peso enorme, quer pelos anos de carreira dos membros quer pela expectativa que o público mais graúdo tinha de ver Miguel Ângelo e Olavo Bilac acompanhados por Tim, Mário Delgado, Fernando Cunha (nas guitarras), Alexandre Frazão (na bateria), José Salgueiro (na percussão), Pedro Jóia, Pedro Ayres de Magalhães e Rui Luís Pereira (nas guitarras clássicas). "Nasce Selvagem" foi o primeiro de vários hinos escolhido para receber a plateia que transformou o Parque Urbano da Caparica num pequeno mar de braços e algumas vozes ecoaram com o vento. Seguiu-se o "Circo de Feras" que conseguiu atrair alguns dos jovens que aguardavam a entrada do Legendary Tigerman no outro palco. A partir daí, já com uma audiência bastante significativa deu-se um desfilar dos maiores hits dos Delfins, Xutos e Pontapés, Rádio Macau entre outros… Os Resistência conseguiram provar que já têm "Um Lugar ao Sol", mesmo quando este desaparece do Sol da Caparica, num concerto pequeno mas recheado de interação e grandes êxitos.
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Com a entrada de Paulo Furtado, o eterno Legendary Tigerman, é chegado o momento em que o rock dá à costa. Sozinho em palco optou por entrar com o seu caraterístico blues com "Gonna Shoot My Woman" e em "Naked Blues" (do seu primeiro álbum editado em 2002) já tinha a sua banda na vanguarda. O público dominado por jovens estava apático e nem com a chegada dos temas de True (último trabalho de Tigerman) com uma vertente Rock'n'Roll bastante vinculada a plateia arrebitou. Tigerman ainda os desafio dizendo "vocês estão um pouco adormecidos… Não me importa se vocês me querem, eu sou vosso" mas a plateia permaneceu imóvel. Só na reta final é que o saxofonista começou a pedir palmas e com a vibração de "Gone", "Dance Craze" e "21st Century Rock'n'Roll" conseguiu arrancar alguns movimentos do público. Com vários duelos ácidos de guitarra e saxofone Legendary Tigerman deu um concerto capaz de aquecer qualquer noite de inverno, numa noite onde o vento esfriou os festivaleiros do Sol da Caparica.
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Os UHF são de Almada e a eles deve-se a responsabilidade da explosão do rock português no início dos anos 80. António Manuel Ribeiro liderava António Côrte-Real, Cebola, Ivan Cristiano e Nuno Oliveira. Por entre trocas de guitarras o vocalista mostrou-se bastante comunicativo e bem humorado. O público respondeu frequentemente com os refrões de "A Minha Geração" e "Na Tua Cama". "Vocês estão tão afinados que acho que isto vai ser muito bom" disse António Ribeiro antes de contar os seus "Sonhos na Estrada de Sintra". Com temas como "Rua do Carmo", "Cavalos de Corrida" e "Menina Estás à Janela" o público estava agarrado e transformou o clima num verdadeiro festival, afastando o frio por alguns momentos.
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Se falarmos em Marcelo Maldonado Gomes Peixoto poucos saberão de quem se trata. Trata-se de Marcelo D2 que, aos 47 anos deixou o Rio de Janeiro para aterrar no Sol da Caparica. Na bagagem trouxe consigo essencialmente o seu mais recente trabalho: Nada Pode Me Parar. É exatamente com o tema que inicia o álbum que o carioca entra em cena. Do palco saía um clima de verão, que rapidamente contagiou o público que rapidamente encheu o recinto. Acompanhado por Fernandinho BeatBox o aquecimento foi imediato e eficaz. "À Procura da Batida Perfeita" D2 despertou as vozes dos animados espetadores é assim se manteve com o regresso a "1967", primeiro single do músico e também ano do seu nascimento. A deambular pelo rap, hip-hop, reggae e samba a crítica é palavra de ordem. Houve ainda tempo para abordar os Planet Hamp, banda na qual Marcelo ainda faz parte. Para surpresa de todos Dengaz subiu a palco para cantar "Tamojuntos", terminando assim o espetáculo num momento apoteótico. Uma aposta ganha no único nome das terras de Vera Cruz.
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Fotos: Carlos Carvalho
Texto: Bruno Silva
Acompanhamento Redes Sociais Noite e Música: Ana Filipa Duarte
Inserido por Redação · 14/08/2015 às 18:33