NOS Alive'22 – Dia 2 (07/07): existem noites perfeitas e depois existem noites com Florence + The Machine

Mulheres ao alto no segundo dia do NOS Alive.

O segundo dia do NOS Alive arrancou, esta quinta-feira, com Os Quatro e Meia no palco principal. Numa tarde de calor abrasador, com termómetros a marcarem 36 graus, os seis rapazes de fato e gravata trouxeram frescura a uma plateia bem composta e entusiasta. Donos de uma sonoridade única e cativante, tocaram êxitos como "Baile de São Simão", "Canção do Metro", "Sentir o Sol" e "Olá Solidão" e "P'ra frente é que é Lisboa", proporcionando ao público uma viagem pelo sentido da vida.

Num dia, onde a energia feminina imperou, Celeste subiu ao palco com uma elegância contida. Dona de uma voz incrível, a artista da soul britânica, surpreendeu o público pela sua simpatia e apresentou temas como "Ideal Woman", "Father's Son" e "Lately", mas foi com "Stop This Flame" que o público mais vibrou.

Celeste @ NOS Alive

A contrastar com a fragilidade e timidez de Celeste, Jorja Smith, subiu ao palco principal e seduziu o público com a sua voz quente e segura. Num concerto simples e bonito, a cantora britânica cativou o publico com os temas "Addicted", "Gone" e "BussDown", havendo ainda espaço para uma versão de "Stronger Than Me" de Amy Winehouse.

Jorja Smith @ NOS Alive

Mas seria com Florence + The Machine, que o auge da feminilidade seria alcançado. Florence Welch, que se apresentou descalça e com um vestido vermelho esvoaçante, abriu o concerto com o tema "Heaven is Here" do novo álbum Dance Fever, numa atuação algo mística e etérea. Seguiram-se "King", "What Kind of Man" e "Kiss With a Fist", num crescendo de energia ao qual o público respondeu com distinção.

Florence + The Machine @ NOS Alive

Num equilíbrio entre uma sensibilidade incrível e uma força e presença avassaladoras, Florence, acolheu, distribui amor e apelou à conexão humana em temas como "Free" e "Dog Days are Over". Houve ainda tempo para êxitos como "Ship To Wreck", "Cosmic Love", "Spectrum" e o mais recente "My Love", celebrados pelos fãs num clima de euforia, mas foi com "Never Let Me Go", tema guardado por 10 anos, que Florence proporcionou o momento mais emotivo e especial da noite. "Shake It Out", que arrepiou logo nas primeiras notas vocais e "Rabbit Heart" fizeram parte do encore, daquele que foi certamente um dos melhores concertos desta edição do NOS Alive. Um momento capaz de elevar a alma a quem teve o privilégio de estar presente.

Depois da êxtase e euforia, coube aos Alt-J a tarefa difícil de encerrar o palco principal. Num concerto imersivo e psicadélico, o trio de Leeds, tocou temas no álbum mais recente The Dream, mas foram os êxitos "Tessellate", "Matilda", "Fitzpleasure", "Tarot" e "Breezeblocks" que transportaram o público para outra dimensão. Um concerto introspetivo e hipnótico para terminar uma noite de emoções fortes.

Alt-J @ NOS Alive

No segundo dia de festival destacou-se, ainda, a estreia de Dino D'Santiago num palco do NOS Alive (palco Heineken). O cantor e compositor português teve direito a casa cheia e, entre momentos de introspeção e interação com o público, nos quais enalteceu o papel e a coragem das mulheres, proporcionou a quem esteve presente uma viagem rítmica ao som do funaná e do batuque.

Ana Rosinhas nos NOS Alive com o apoio dos hotéis GAT ROOMS.