NOS Alive: dia 2 (08/07), com Radiohead, Tame Impala e Foals
Depois do aquecimento, esta foi a noite dos triunfos anunciados.
A um dia morno, seguiu-se o primeiro dos dias esgotados, com muita gente no recinto logo às cinco da tarde, para ouvir os primeiros sons. E estes chegavam do Palco Heineken onde os Soulvenir (banda vencedora da 1ª edição do EDP Live Bands Brasil) destilou uma amálgama de rock e grunge pouco atraente.
A abrir o Palco NOS, o trio de eletropop Years & Years, pela primeira vez em Portugal, apresentava o seu álbum de estreia Communion. Composto pelo vocalista Olly Alexander (parecido com um puto mini-Bieber, "demasiado contente" por ali estar), junto com sintetizadores, baixo e coros os Years & Years tentavam colocar a dançar os primeiros a chegar à primeira fila, mas embora os ritmos fossem agradáveis para o Verão lisboeta, não tiveram grande sucesso.
Years & Years
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Já no Heineken, começava a entrar a comitiva australiana com o trio Jagwar Ma que, para uma plateia muito bem composta, apresentavam Howlin que, tanto adormecia com uma eletrónica monótona, como carregava as guitarras a convidar o público a saltar. Parecem merecer um regresso para um horário mais noturno!
Também vinda da Austrália, Courtney Barnett mostrou ser a primeira confirmação da noite. Com dois EPs, um álbum e uma nomeação para Grammy, a australiana colocou a tenda a fervilhar com o seu indie rock com influências (até na sua presença em palco) de Nirvana, em conjunto com vídeos trágico-humorísticos também a fazer lembrar a época do grunge. Os singles "Pedestrian at Best" e "Depreston" foram entoados na perfeição e o primeiro sucesso "Avant Gardener" (já para o final) confirmou que os fãs a seguem desde o início e apareceram os primeiros crow surfing do festival.
Courtney Barnet
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De regresso ao palco principal, os Foals, também repetiam presença (estiveram aqui há uns anos, e têm regressado várias vezes a Portugal). A apresentar What Went Down, o quinteto britânico foi alternando entre um rock intenso apoiado nas guitarras e algo mais maleável, saltitando entre o psicadelismo e o funk. Segunda confirmação da noite!
Foals
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No desfile da comitiva australiana, os Tame Impala, são hoje em dia, uma das maiores bandas, com passagens pelos palcos principais dos maiores festivais. O seu último álbum Currents catapultou-os de uma base de fãs atraída pelo psicadelismo dos improvisos nas músicas de 10 minutos, para o "domínio mundial" da pop psicadélica já mais acessível ao ouvido comum. O início com "Let it Happen", acompanhada do lançamento de confettis, mas com a duração e 8 minutos, confirma tudo isto. Os vídeos psicadélicos e os seios desnudados de algum público quase faziam regressar os anos 60 mas as vibrações vinham mesmo de músicas como "Elephant", "The Less I Know, The Better" com o falsete de Kevin Parker ou o final como "Feel Like We Onlu Go Backwards" com mais seios e mais confettis. Esta confirmação já não era necessária, os Tame Impala já estão no topo!
Tame Impala
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E se é de seios desnudados de que falamos, teremos de destacar o concerto de Father John Misty, no Palco Heineken pois Joshua Tillman até recebeu soutiens atirados da plateia. As gigantes cortinas vermelhas, as luzes da mesma cor e a teatralidade do músico norte-americano fazem jus ao nome de pregador (neste caso muito pouco católico). As canções e o appeal (com gingar de anca, a lembrar Nick Caver) fazem dele um ladies man cada vez mais adorado pelas primeiras filas, mas é a música a variar entre os slows românticos e o country-folk mais dançante que convertem todos. "Bored in the USA" foi entoado a centenas de vozes, "I Love You, Honeybear" derreteu corações e "The Ideal Husband" encerrou em força.
Father John Misty
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De regresso ao Palco NOS, a banda mais aguardada da noite não defraudou as expetativas e segurou todo o público do festival (diga-se que sem alternativas dada a obrigação de parar todos os palcos durante o concerto), num concerto mais depressivo e alternativo do que o de uns anos neste mesmo palco. Os Radiohead provaram ser o concerto mais esperado desta edição em mais de duas horas de concerto e aproveitaram para um concerto "all-in-one" com a apresentação do novo álbum A Moon Shaped Pool, com "Burn the Witch" a abrir e mais 6 canções ao longo do alinhamento. Revisitaram mais 8 dos álbuns da carreira, desde os mais antigos aos mais recentes e não faltaram os hits "Karma Police" (a fechar) e o, raras vezes tocado, "Creep" (também no encore). Variando do sussurro à rave epilética, os Radiohead voltaram a provar que é possível encher festivais com música alternativa e sem grandes concessões.
Radiohead
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Para terminar a noite, a peregrinação para o Palco Heineken em que não cabia mais ninguém para ver os irlandeses Two Door Cinema Club, que confirmavam o seu mega-sucesso de músicas indie rock com refrões orelhudos ouvidos em anúncios publicitários e linhas de guitarra características que também ficam na memória. O início com "Sleep Alone" confirma a tendência, mas também se ouviram novidades com "Gameshow" ou o single "Are We Ready" embora seja "I Can Talk" que leva todos à loucura. Foram mais uma confirmação (caso fosse necessário!)
Para finalizar um dia longo, os já mais experientes Hot Chip, mantiveram a pista de dança aberta, embora por vezes num registo mais contigo. Aquela que parece uma banda de geeks retirada de "The Big Bang Theory", provou ser a mais cool do festival e, sem novo disco para apresentar, mostrou novas roupagens para a maior parte das músicas como "One Life Stand", "Need You Now" (quase irreconhecível), "Ready for the Floor" ou "I Feel Better". Durante mais de uma hora aguentaram um Palco Heineken cheio para terminar com a sua cover dançável de "Dancing in the Dark" de Bruce Springsteen.
Equipa Noite e Música Magazine no NOS Alive
Fotos: João Paulo Wadhoomall
Textos: Miguel Lopes
Edição: Nelson Martins
Inserido por Redação · 09/07/2016 às 15:32