Mark Lanegan no Cinema São Jorge, em Lisboa [fotos + texto]
Depois de tocar em Braga, Mark Lanegan deslocou-se até à capital para encontrar a Sala Manoel de Oliveira, no São Jorge, quase cheia e pronta para receber três concertos.
Lyenn abriu a noite acompanhado do som limpo da guitarra e do silêncio absoluto da sala num tom intimista. A voz menos rouca mas não menos afinada da noite surpreendeu o público com a última música "Seeds and Semen" quando atingiu notas mais agudas que lembraram Jeff Buckley em "Grace", o que gerou aplausos efusivos.
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Sem espaço para pausas seguiu-se o inglês Duke Garwood, considerado um génio musical por Lanegan, que entra apressado em palco enquanto diz: "They rushed me, I’m not ready". O cantor aproxima progressivamente o registo da noite ao de Mark Lanegan com a sua voz rouca e grave acompanhado pela guitarra em tom de blues. Passando por temas como "Hawaiian Death Song", Garwood despede-se com a música "Heavy Love", não sem antes agradecer e revelar encanto pela cidade lisboeta.
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Acompanhado de Lyenn no baixo e de Duke Garwood e Jeff Fielder na guitarra, Mark Lanegan entrou em palco num cenário que permaneceu pintado de vermelho durante todo o espetáculo. A entrada do cantor fez-se sentir especialmente pelos aplausos e assobios do público, que esperava ansiosamente, e que se intensificaram com o início da primeira música "One Way Street".
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No palco, o baixo e as guitarras encheram o São Jorge sem se fazer notar a falta de percussão ou teclado que normalmente acompanham Mark Lanegan. No microfone Mark não esteve sozinho, fazendo-se acompanhar do background vocals de Lyenn e Fielder. Clássicos como "The Gravedigger’s Song", "Judgement Time" ou "You Only Live Twice" fizeram parte de um set de dezasseis músicas que terminou com a saída do cantor de palco deixando para trás a banda que terminou a música.
Após não muito tempo e sem direito a ovação de pé, Lanegan volta com a banda para um encore que começa com a "Driver". Na penúltima música, Lyenn e Duke Garwood abandonaram o palco abrindo espaço para um dueto entre a voz de Mark Lanegan e a guitarra de Jeff Fielder. O destaque é claro para o guitarrista que reafirmou ainda o seu virtuosismo na quinta e última música do encore o que lhe deu direito a receber aplausos calorosos do público e do próprio Lanegan.
O timbre de Mark Lanegan é inconfundível bem como o é o seu impacto no público português. No entanto o impacto do público no cantor não se fez sentir, o que foi evidente na despedida quando saiu de palco sozinho deixando para trás Jeff Fielder que não resistiu a demonstrar uma última vez a sua gratidão pelo calor do público português.
Fotos: Vítor Barros
Texto: Maria Roldão
Inserido por Redação · 31/05/2016 às 16:28