Grace Jones no NOS Alive: A diva negra ainda mete as jovens a um canto
Aos 71 anos, Grace Jones, a jamaicana que já foi modelo, atriz, produtora e é aqui cantora deu um espetáculo para não esquecer. Mais que um concerto, os espetáculos dela são um happening montado ao pormenor: desde o início em que o palco está coberto por uma cortina preta, às constantes mudanças de roupa para adequar à música e ao espetáculo visual, até à constante postura performática da cantora.
O início é com "Nightclubbing" de Iggy Pop e David Bowie, onde Grace se apresenta de máscara com uma caveira dourada, corpete, botas altas tal dominatrix e capa esvoaçante numa plataforma acima de uma banda competente, mas que quase nunca se vê ou tem destaque. Os holofotes estão todos apontados para a mesma pessoa.
Os ritmos caribenhos de "This Is" trazem um dos poucos originais de uma carreira feita de álbuns com versões. Segue a mais pop "Private Life" dos Pretenders e a diabólica "Warm Leatherette". O vudu é evocado em "My Jamaican Guy" e "Williams’ Blood". Um varão de strip é apropriadamente utilizado pela própria, numa versão mais cabaret do hino cristão "Amazing Grace" e, mais tarde por um musculado bailarino negro em "Pull Up to the Bumper".
Pelo meio, o regresso ao rock com "Love Is The Drug" dos Roxy Music, com destaque para o chapéu de coco transformado em bola de espelhos por um laser vindo do topo do palco. Para o fim fica um longuíssimo "Slave to the Rhythm", com direito a apresentação da banda, equilíbrio de um arco de hula-hoop durante toda a canção e vénia final em que baixa, por duas vezes o corpete desvendando os seios. Os 71 anos são os novos 20! Quem sabe, nunca esquece. E a vénia é nossa.
A artista não autorizou a captação de imagens à equipa da Noite e Música Magazine, lamentamos o sucedido.
Equipa Noite e Música Magazine no NOS Alive
Fotografia: Júlia Oliveira
Textos: Miguel Lopes
Edição: Nelson Tiago
Inserido por Redação · 13/07/2019 às 15:15