Comic Con Portugal 2015: Já tratamos a Cultura Pop por "tu" [fotos + texto]


Comic Con Portugal 2015: Já tratamos a Cultura Pop por "tu" [fotos + texto]

Segunda edição da Comic Con Portugal levou mais de 50 mil fãs da Cultura Pop à Exponor, em Matosinhos. Fazemos o resumo do evento e mostramos as melhores imagens.

Depois do sucesso da primeira edição da Comic Con no ano passado, as expectativas para este ano estavam mais elevadas e a organização tinha a missão de conseguir agradar os seus exigentes fãs. Os convidados iam sendo anunciados, mas o público ia querendo mais e melhor. Dias antes das portas da Exponor abrirem, as notícias de cancelamentos surgiam: Jason Momoa e Linden Ashby, por questões de agenda, deixaram muitos fãs desiludidos e as dúvidas do sucesso desta edição começavam a surgir.

Dia 4 as portas finalmente abriam, as famosas filas começavam a formar-se e os primeiros visitantes começavam a explorar os pavilhões que, ao todo, ocupavam 45.000 m2.

Era visível a melhor organização espacial embora que alguns espaços pudessem ser melhor aproveitados. O Artist’s Alley, por exemplo, estava bem instalado, com espaço para receber confortavelmente os mais interessados nos trabalhos dos artistas, ao contrário do que havia acontecido na edição de 2014. Provou-se também, com a zona ampla da restauração, que as reclamações do ano passado não foram ignoradas.

As horas iam passando e chegava a altura de começar a ocupar o Auditório A para receber Nathalie Emmanuel. A não ser que fosse do interesse da pessoa ocupar as primeiras filas da "zona não VIP", fazer fila para entrar no auditório era desnecessário. O auditório principal contava, este ano, com mais lugares disponíveis o que, por um lado, tornava tudo mais confortável, (dado que era quase impossível haver alguém interessado num painel que não o conseguisse ir ver) mas por outro, dado a maior dimensão do espaço, ver o auditório com lugares por preencher não era muito agradável. Nathalie Emmanuel subiu ao palco e enfrentou pela primeira vez o público português com algum nervosismo e timidez. Não obstante, encantou com a sua beleza e simpatia enquanto falava com os fãs que lhe perguntavam sobre o seu papel em Game of Thrones, Fast and Furious ou Maze Runner e dizia-se encantada com a cidade que a recebia por breves momentos, dado que a sua agenda estava demasiado ocupada para estender a sua estadia no Porto durante mais dias.

O recinto estava calmo neste dia, era possível andar à vontade, explorar pela primeira vez os amplos espaços e conseguir assim fazer um estudo/plano para os dias seguintes.

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No dia 5, o já aguardado caos (no bom sentido) que se previa, já se notava na extensa fila que o público fazia para entrar na Exponor. Lá dentro os visitantes deambulavam pelos pavilhões com dificuldade, mas isso não parecia incomodá-los. No pavilhão das lojas o som das carteiras a abrir era constante, mas a felicidade de quem as abria era notória dada a vasta oferta que agradava qualquer um. Mais à frente, no mesmo pavilhão onde milhares de pessoas se empoleiravam umas nas outras para tirar fotografias ou espreitar o famoso Delorean de Back To The Future, encontrávamos o que talvez seja o espírito da Comic Con: Às centenas de cosplayers que ostentavam os seus fatos que levaram meses e meses a preparar. Desde personagens de anime até personagens de Cinema/TV, passando também por personagens de videojogos, estes artistas davam um brilho especial ao evento e, foi em (grande) parte graças a eles que o sorriso na cara de cada um dos visitantes foi conseguido.

As horas iam passando, mas o público parecia ainda não estar todo dentro do recinto. O que no dia anterior parecia ser espaço suficiente, era agora devorado pelos imensos "nerds", "geeks" ou simpatizantes.

John Noble era o nome mais aguardado do dia e, quizá da edição deste ano. Mas antes do auditório principal ser ocupado pelos fãs de Fringe e Lord of The Rings, Lloyd Kaufman, cofundador do mais antigo estúdio de cinema independente na América do Norte (Troma Entertainment), fazia uma entrada triunfal em palco ao som de uma banda de metal ao vivo. Só mais tarde foi a vez do Dr. Walter Bishop subir ao palco… e mais tarde desistir de estar no palco para ir ter com o público no que foi um Q&A mais íntimo que o normal. As opiniões eram unânimes, Noble encantou todos e demonstrou uma dimensão humana extraordinária. Mais tarde, na press conference com os jornalistas, John falava das personagens que tinha interpretado e o quanto se identificava com elas. O que à partida iria ser uma conversa "monótona" com a imprensa, passou a ser uma espécie de seminário de introspeção e motivação dado por John Noble, baseando-se nas suas próprias experiências.

Cameron Boyce, o menino nascido e criado na Disney, também teve direito ao seu próprio painel e deixou varias fãs suas bastante animadas por vê-lo. Embora anunciado associado a Descendents, aproveitou também para falar na sua próxima série da Disney a estrear em Portugal de nome Gamer’s Guide to Pretty Much Everything.

Fora do Auditório A a vida continuava, o cansaço parecia não deter ninguém e assim também não podia ser porque ainda faltava um dia.

Dia 6, o dia mais triste de todos, por ser o último, começou com extrema felicidade. Os fiéis fãs de Teen Wolf não arredavam pé da fila que já se estendia pelos corredores da Exponor. Apesar da alteração surpresa do dia do painel, isso parecia já ter sido esquecido quando os protagonistas do dia entraram em palco e os presentes no auditório iam ao rubro. A enchente mudou-se depois do painel para a zona de autógrafos e, enquanto isso, os restantes visitantes iam queimando os últimos cartuxos pelo recinto.

Um dos pavilhões mais movimentados durante os três dias foi o pavilhão de gaming. A Xbox convidava o pessoal a dançar enquanto os Stormtroopers da legião 501, presentes ao lado da Tie Fighter X4 de tamanho real, eram intimidados pelos "Jedis de bancada" agarrados aos comandos que destruíam virtualmente o império no jogo Star Wars Battlefront. Ao lado, a Nintendo marcava presença com o canalizador mais conhecido do mundo e convidava os curiosos a subirem ao palco para competirem em Mario Kart, Super Smash Bros., entre outros. Quem também não faltou foi o jogo de culto que move milhões de pessoas e que não podia, de forma alguma, deixar de marcar presença: League of Legends estava por todo o lado e era devidamente acompanhada pela sua legião de fãs. Também neste auditório uma grande fila era visível para a casa assombrada. Os gritos dos corajosos eram um som constante neste pavilhão.

Aos poucos o dia ia passando, mas poucos foram os que abandonaram o recinto sem antes matarem saudades de American Pie junto de Tara Reid e Shannon Elizabeth. Foi sem dúvida o painel mais…estranho dos 3 dias, mas não no mau sentido. Moderado por Joe Reitman, o idolatrado correspondente da Comic Con Portugal nos EUA, o painel começou com as duas atrizes no palco, mas, pouco tempo Shannon aguentou sem estar no meio dos fãs. Enquanto o público se ia dirigindo a ela para fazer as perguntas, Tara Reid mantinha a sua conta no twitter atualizada e mostrava ao mundo a nossa convenção a partir do Periscope. Esta falta de sintonia entre o que estava a acontecer em palco e o que estava a acontecer junto do público provocava as mais hilariantes situações e gerou-se um à vontade contagiante na sessão. Falou-se de American Pie obviamente, mas também ouve espaço para falar de Scary Movie, Sharknado e da vida noturna na cidade invicta.

As lojas começavam a arrumar o stock que sobreviveu ao saque dos três dias e o sentimento de saudades e de ansiedade pela edição de 2016 já se fazia sentir.

Apesar de ter começado com indícios que pareciam profetizar o insucesso desta edição de 2015, com painéis menos relevantes / com convidados com menor impacto, a organização conseguiu provar que consegue e tem potencial para poder fazer deste um ainda maior evento e assim poder conseguir captar a atenção internacional que se deseja. Sem o corpo organizador a Comic Con não funciona, mas se os fãs, que desejam este evento em Portugal desde há muito tempo e que agora o têm, o quiserem manter, têm de o tratar bem, continuar a estimá-lo, não desanimar quando há cancelamentos ou quando um convidado é mais ou menos conhecido. Porque se há alguma coisa que fica provada com a edição deste ano é que, por mais que o programa não seja do agrado de todos, o ambiente que se gera neste espaço da cidade do Porto é um ambiente familiar, onde pessoas com os mesmos gostos se encontram, fazem amizades nas longas filas de espera e partilham estes que já podem ser considerados os 3 melhores dias do ano. Este ano foram 53 962 visitantes que marcaram presença, para o ano o desejo é que sejam mais.

Fotos: António Teixeira
Texto: Henrique Caria