Dub Inc em entrevista: "Somos sem dúvida músicos do mundo"
Antes da mais famosa banda francesa de reggae regressar a Portugal, estivemos à conversa com Zigo, baterista dos Dub Inc.
Noite e Música – Como é que descreves estes 17 anos de carreira?
Zigo – Primeiro tenho que falar do trabalho Diversité que nos fez crescer muito por ter tido uma grande repercussão por toda a França. Apenas há sete ou oito anos atrás é que conseguimos fazer uma digressão fora do nosso país e Portugal foi um dos primeiros países onde atuamos. Agora tocamos um pouco por todo o lado.
NM – No próximo ano tornam-se "adultos". O que irá mudar?
Z – (Risos) Para além do nosso crescimento apenas mudaram as condições com que andamos em digressão. Agora vamos a festivais de música, percorremos muitas salas… mas a forma com que nos orientamos e com que nos entregamos à música é a mesma de há 18 anos atrás. Somos grandes amigos, temos uma relação muito boa e continuamos a trabalhar como sempre.
NM – Que memórias tens de Portugal?
Z – Temos tantas… destaco o concerto que demos em 2007, numa praia cheia de gente onde muitos cantavam as nossas músicas e sentimos muito carinho. Mas há muitas coisas boas em Portugal, nós consideramos o país como a nossa segunda casa, onde temos alguns amigos, muitos fãs e sentimos muito apoio e apreciamos comida fantástica.
NM – Lembras-te de alguma palavra portuguesa?
Z – Olá! Tudo bem? (Risos)
NM – Como é a relação com os vossos fãs?
Z – São os fãs que nos fazem viver da música e por isso tentamos estar o mais próximo possível deles. Antes e depois dos concertos tentamos estar com eles, não só na França mas também em Portugal e noutros países. É para as pessoas que atuamos e não fazia sentido se não chegássemos a eles fora de palco.
NM – Nos vossos trabalhos podemos ouvir (para além do reggae) uma mistura de ritmos que vão desde sonoridades africanas e latinas até algumas influências de ska. Como se classificam a nível musical?
Z – Somos sem dúvida músicos do mundo. Nós fazemos reggae, mas não deixamos de tentar vários caminhos. As nossas origens e os sentimentos que temos quando viajamos têm que ser registados e transformam-se em várias sonoridades com que trabalhamos. Nós gostamos de todo o tipo de música e queremos mostrar o máximo possível de nós.
NM – O que é o reggae para ti?
Z – É ritmo, a verdade, vida… É o que amamos. Mas o mais importante são as letras onde tentamos abordar assuntos que são polémicos, mas não deixam de ser reais e retratar várias questões sociais. E o público português transmite-nos sempre que interpreta a nossa música de forma pura e isso é muito bom.
NM – Como descrevem o novo trabalho Paradise?
Z – É um trabalho que fala de amor e relações entre humanos. Reggae misturado com guitarras africanas, acordeão e muito ritmo. Mais uma vez está recheado de várias influências que dão uma cor e um sabor muito especial ao trabalho. É a razão que nos faz andar em digressão desde o ano passado e que nos tem dado muito prazer. É o nosso tipo de música.
NM – O que podemos esperar desta tour, em especial dos próximos concertos em Portugal agendados para o Hard Club, no Porto a 18 de dezembro e na Meo Arena, em Lisboa a 20 de dezembro?
Z – Não vão faltar os nossos maiores hits, muitas músicas do novo trabalho porque o público foi-nos pedindo para acrescentarmos mais temas do álbum durante a tour. Podemos esperar muita energia, damos sempre as nossas vidas em palco e Lisboa e o Porto vão tremer.
NM – O que esperam do futuro?
Z – Esperamos tempos como estes. Viajar pelo mundo, fazer concertos e novos álbuns. Planeamos começar a trabalhar num próximo no fim de 2015, início de 2016 e esperamos continuar a cativar cada vez mais público. É o que amamos.
Entrevista: Bruno Silva
Inserido por Redação · 28/11/2014 às 14:34