Paulo Gonzo @ Coliseu dos Recreios
Na mesma noite em que na rua se lutava pela defesa da cultura, o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, esgotou para receber Paulo Gonzo, na celebração de 35 anos de carreira.
Na abertura do espetáculo foi recordado, em filme, o início da carreira de Paulo Gonzo com a Go Graal Blues Band. As imagens reportam-nos para final dos anos 70, princípio dos anos 80 onde a banda atingiu um dos seus auges com um concerto no coliseu, onde Paulo Gonzo foi obrigado a comprar bilhete para o seu próprio espetáculo.
Em noite de comemoração o primeiro tema a ser cantado foi "So do I", single do álbum "My desire", com o qual Paulo Gonzo fez a sua estreia a solo. Terminado o single de estreia, veio o brinde, um brinde com vinho do Porto aos seus 35 anos de carreira, o qual foi aplaudido por toda a plateia.
Num alinhamento bilíngue onde constaram "That’s Life" ou "These harms of mine" não faltaram os temas que foram cantados em uníssono pelo coliseu, como os clássicos "Sei te de cor", "Acordar", "Dei-te quase tudo" ou "Jardins Proibidos", mas também o mais recente “São Gestos”, no final do qual o coliseu cantou os parabéns ao músico.
Ao longo dos anos o músico teve inúmeras colaborações musicais e neste espetáculo Paulo Gonzo fez questão de se rodear também de amigos. A primeira convidada a subir ao palco foi Lúcia Moniz que deu um toque feminino ao tema "Leve beijo triste" e de quem o músico recordou os tempos em que, ainda miúda, fazia coros para as suas canções. Seguindo-lhe Jorge Palma, que ao piano acompanhou o amigo Paulo Gonzo, ao som de "Só", tema emprestado ao longo repertório do músico.
Nos bastidores ainda esperavam alguns convidados, mas um deles infelizmente não pode estar presente ao vivo, mas certamente não faltou em espírito, Bernardo Sassetti, com quem Paulo Gonzo gravou "Coisas Soltas" tema que cantou com Rui Reininho. «Tens muita graça, mas aqui não é o Porto», foi assim que o músico recebeu o amigo e com ele inundou o coliseu com o efeito dos Blues.
"Aperta um pouco mais" e "Negra" foram os outros dois temas interpretados em parceria, o primeiro com Zé Pedro, dos Xutos & Pontapés, e o último com Tito Paris, que já tinha tido uma participação especial na gravação deste tema, que faz parte do último álbum de Paulo Gonzo.
Canções que nos ficam na memória, letras que parecem que foram escritas a pensar em nós, estas são as características principais de Paulo Gonzo e que deixam no público que foi ao coliseu rendido à sua voz e à sua música, quem sabe por mais 35 anos…
Fotos: Pedro Figueiredo
Texto: Vânia Marecos
Inserido por Redação · 16/10/2012 às 5:25