D.A.M.A em entrevista: "O trabalho não depende só da internet"


D.A.M.A em entrevista: "O trabalho não depende só da internet"

Poucos dias após o lançamento do primeiro trabalho dos D.A.M.A, estivemos à conversa com o vocalista da banda – Francisco Pereira (Kasha).

Noite e Música – Como nasceram os D.A.M.A?
Francisco Pereira – Os D.A.M.A. já nasceram há algum tempo. Eu e o Miguel Coimbra conhecemo-nos desde os 6 anos e nas nossas aulas de português tínhamos uma particularidade que era escrever as nossas composições em poema e quando surgiu o hip hop mais vincado em Portugal nós pensamos – "Porque não juntar as nossas rimas a um instrumental" – e ai surgiram os D.A.M.A. No início num formato diferente do de hoje. A nossa vocalista saiu da banda e convidamos o Miguel Cristovinho que já tinha colaborado connosco no tema "Quero".

NM – O que significa o vosso nome?
FP – "Deixa-me Aclarar-te a Mente Amigo". Pode ser um bocado caricato mas diz muito do que queremos dizer as pessoas. Queremos que as pessoas se identifiquem com as nossas músicas e se revejam nelas acima de tudo.

NM – A Internet foi o veículo responsável pelo vosso sucesso?
FP – Sem dúvida. A Internet, o Facebook e o YouTube são ferramentas importantes para mostrar o nosso trabalho e chegar diretamente aos nossos fãs e aproveitamos para fazer parte da vida deles de uma forma participativa. O trabalho não depende só da Internet. A Internet ajudou-nos a chegar às pessoas e levou-nos ao ponto de querer fazer mais… Fazer um disco, dar concertos pelo país, ter uma banda com músicas conhecidas. É uma ferramenta muito importante para chegarmos diretamente as pessoas.

NM – Como surgiu o vosso primeiro trabalho Uma Questão de Princípio?
FP – O álbum surge de uma maneira muito natural. Nunca foi uma obsessão nossa. Sempre fizemos as nossas músicas e tivemos toda a aceitação do público. O álbum surge quando assinámos com a Sony Music e nos propuseram fazer uma compilação de coisas já conhecidas e algumas coisas novas e nasceu Uma Questão de Princípio.

NM – Como é que definem o álbum?
FP – É um trabalho com uma sonoridade muito D.A.M.A.. Uma das nossas maiores vitórias foi conseguir criar uma sonoridade muito própria, fazer com que as pessoas oiçam uma música e que identifiquem que é D.A.M.A faz-nos sentir que definimos muito bem o nosso espaço musical.

NM – Quais os convidados especiais que participaram no vosso disco?
FP – Neste disco temos três convidados especiais. O Salvador Seixas na "Balada do Desajeitado". O Salvador surgiu durante o processo de criação da música. Quando estamos a criar um tema pensamos sempre no que é que a música e a melodia nos pede e achámos que a voz dele caia bem naquela parte da música e foi só pegar no telefone. Hoje em dia somos grandes amigos (desde já um grande abraço) e foi uma mais-valia, conseguimos levar a música para outro nível com o Salvador. A "Secrets in Silence" tem a participação de Mia Rose e surgiu quando estávamos a desenvolver um trabalho para ela. A Mia achou que as nossas vozes ficavam bem no tema e foi um prazer enorme trabalhar com ela, é super-talentosa. "Só Quero Você" já estava escrita ha algum tempo e como tinha um diálogo em brasileiro queríamos muito uma artista brasileira. Foi muito complicado mas a Sony propôs a Gaby Luthai que aceitou e correu muito bem. Ela gravou no Rio de Janeiro e saiu exatamente aquilo que pretendíamos para o tema.

NM – A vossa versão de "Popless" dos GNR define a vossa sonoridade?
FP – Sim. A versão de "Popless" é muito nossa. Só aproveitámos 3 ou 4 frases do original dos GNR. Quando estávamos a fazer a música não foi com esse objetivo, mas pensamos que ficava giro colocar "Lá vai ela…" e acabámos de rescrever o refrão da "Popless" original à nossa maneira e felizmente o Rui Reininho aceitou que a música fosse publicada no nosso álbum.

NM – O que podemos esperar dos D.A.M.A. nos próximos tempos?
FP – Podem esperar muitos concertos, muitas músicas e acima de tudo os nossos fãs podem esperar o nosso carinho para sempre.

Entrevista: Bruno Silva