Muse @ Estádio do Dragão: Máquina britânica em erupção sonora


museportoDia 10 de junho, o Estádio do Dragão, em plena cidade invicta, foi o palco para a nona atuação dos Muse em terras lusas. 45 mil fãs da banda britânica (números da organização) marcaram presença para o único concerto que os Muse agendaram para palcos portugueses nesta digressão que passa apenas por estádios.

Em termos da estrutura de palco, até podemos considerar um palco simples para uma produção de estádio; mas é com o enorme ecrã, que o rodeava o mesmo, que podemos verificar que a teatralização é do melhor que se faz atualmente, com enormes chamas que diversas chaminés "cuspiam" e robôs vindos de outra galáxia. Matthew Bellamy foi soltando uns "boa noite Porto" mas não mais do que isso, visto que sempre foi conhecido como um homem de poucas palavras.

Diversos figurantes intervieram durante o concerto: em "Animals" entra em cena um homem engravatado que distribui dinheiro pelo público e depois acaba no chão morto após disparos massivos de notas falsas. Cada tema tem direito à sua estética visual, por exemplo, para o grafismo da capa do álbum que serviu de mote a esta digressão, a música escolhida foi "Follow Me".

Todos os grandes êxitos da banda desfilaram pelo Dragão: "Madness", "New Born" "Time Is Running Out" (que teve direito a uma intro de "House of the Rising Sun", dos Animals) fizeram a multidão saltar. Em 2014, os Muse celebram 20 anos de carreira. 20 anos? Sim, a banda já nestas coisas desde dos anos 90, mas já pouco ou nada resta do início dos Muse, eles passaram das salas de espetáculos para os estádios numa ascensão notável.

Um mini palco instalado quase no meio do estádio, que era ligado por um corredor em formato de passerelle, serviu para Matthew Bellamy e Christopher Wolstenholme se aproximarem mais do público, com a interpretação de vários temas, como "Unintended" ou darem os primeiros acordes da poderosa "Knights of Cydonia".

2 encores bem longos fecharam o concerto, pelo meio Matthew Bellamy mandou a guitarra ao ar três vezes, acabando ela destruída num tejadilho que cobria o baterista Dominic Howard. Podemos ainda realçar a qualidade do som que chegava até ao público, que nem sempre é fácil de obter quando se trata de um concerto com tanto decibéis a debitar.

"Starlight" colocou um ponto final a um alinhamento pensado para um concerto de estádio, pura diversão e rock and roll.

Os Muse estrearam-se em Portugal há 13 anos no festival Ilha do Ermal, passaram ainda pela Aula Magna, Hard Club, Sudoeste, Super Bock Super Rock, Campo Pequeno, depois pelo Parque da Bela Vista e, mais tarde, pelo Pavilhão Atlântico. Resta saber se os fãs portugueses serão presenteados com mais um espetáculo no ano do vigésimo aniversário da banda.

Alinhamento:
Supremacy
Supermassive Black Hole
Panic Station
Bliss
Resistance
Animals
Knights of Cydonia
Dracula Mountain
Sunburn
Interlude
Hysteria
Monty Jam
Feeling Good
Follow Me
Liquid State
Madness
Time Is Running Out
New Born
Unintended
Guiding Light
Undisclosed Desires
Encore:
The 2nd Law: Unsustainable
Plug In Baby
Survival
Encore 2:
Uprising
Starlight

Fotos: EFE/MP
Texto: Nelson Martins