Deolinda Kinzimba em entrevista: "Este disco é o princípio de um caminho onde eu tento levar a minha voz mais longe"
Dois anos depois de vencer o The Voice, Deolinda Kinzimba lança o seu primeiro álbum de estreia homónimo. A voz de Portugal de 2015 reconhece a importância que o programa teve na sua vida e partilha as maiores dificuldades que tem sentido ao entrar na indústria musical. Um mês depois do lançamento do primeiro álbum, a artista falou do disco de estreia e da sua evolução enquanto artista.
Com 22 anos estás a dar os primeiros passos na música. Para quem começou há pouco tempo nesta indústria, quais têm sido as maiores dificuldades?
Uma das maiores dificuldades neste mundo é fazer com que as pessoas conheçam o teu trabalho e consigam perceber o teu verdadeiro valor. É algo que se vai conseguindo com muito trabalho e leva algum tempo. Vai-se conquistando com trabalho e persistência.
Tu foste a voz de Portugal em 2015. Em que sentido é que o The Voice foi importante para despoletar a tua carreira?
O The Voice foi muito importante. Ajudou-me imenso porque abriu as portas para a indústria musical. Eu consegui entrar na indústria discográfica através do programa e entrar numa editora é algo muito difícil. Creio que o The Voice foi mesmo a chave para abrir a porta que eu estava a precisar. Foi uma oportunidade, uma ajuda para eu poder trabalhar na música e conseguir mostrar às pessoas aquilo que eu gosto de fazer, que é cantar.
A maioria dos portugueses conhece a Deolinda Kinzimba que ganhou o The Voice. Consegues perceber algumas diferenças entre a Deolinda do concurso de talentos e a Deolinda que nos apresenta este álbum?
Muitas diferenças, mesmo. Eu cresci e evoluí imenso durante estes anos em que estive a preparar o meu disco. Fui aprendendo mais coisas sobre música e fui-me descobrindo cada vez mais, como artista e como pessoa. Creio que este tempo foi bom porque consegui transportar esta aprendizagem e maturidade para o álbum. Consegui depositar tudo nas minhas músicas e na produção, este tempo foi essencial.
Quais são as tuas maiores referências na música? Os artistas que mais ouves e mais admiras.
Eu sou uma pessoa que gosta muito de investigar músicas novas e todas as semanas tenho um artista novo para ouvir. Mas existem três grandes cantoras que são como uma base para mim e com as quais me identifico muito. Whitney Houston, Phyllis Hyman e Mariah Carey são artistas que ouço desde pequenina e, de certa forma, foram como professoras para mim. Eu ficava horas a tentar imitar a forma que elas cantavam e respiravam. Pode dizer-se que foi o caminho que eu encontrei para evoluir a minha voz.
Em relação a esse aspeto do ensino, não tiveste até hoje nenhum tipo de formação na área da música. Não está nos teus planos procurar formação na música?
Eu tenho muita vontade de aprender mais na área do canto mas tenho que gerir bem o meu tempo porque agora estou na faculdade. Talvez quando terminar o curso possa ter mais tempo para pensar nisso mas agora tenho já duas coisas importantes para me dedicar, a universidade e a música!
Este álbum é o primeiro. Apresenta-nos este trabalho. O que é que ele significa?
Este trabalho significa um marco muito importante na minha carreira porque é o início de uma longa jornada. Este disco é o princípio de um caminho onde eu tento levar a minha voz mais longe para que mais pessoas me conheçam. É o culminar de tudo aquilo que eu fui acumulando e absorvendo durante todo este tempo. Um álbum cheio de emoção, amor e nostalgia. Foi preparado com muito carinho e muita dedicação. Eu acho que as pessoas ao ouvirem cada uma das faixas podem sentir aquilo que eu senti ao gravar e ao interpretar cada uma das letras.
O tema "Primeira vez" é o cartão de visita do disco. Sentiste que as pessoas te reconheceram na música e gostaram da sonoridade da mesma?
Para ser sincera foi um misto. Senti que algumas das pessoas conseguiram reconhecer o meu trabalho e o meu esforço. Eu estava a sair de um programa de televisão e agora estou a começar a dar os primeiros passos numa carreira na música. Outras pessoas não deram tanto por isso mas, como eu já disse, é um processo que leva tempo. É preciso trabalhar todos os dias, ter persistência e ter fé para as coisas andarem para a frente. Não tenho pressa e vou disfrutando da minha caminhada. O que o futuro me reserva, só Deus sabe!
O disco é inteiramente composto por letras que não foram escritas por ti. Portugal sabe que és uma excelente cantora mas em relação à composição, não sentes essa vontade de escrever a tuas próprias canções?
Eu sinto essa vontade e tenho treinado para tal! Neste álbum, por ser o primeiro, senti muita pressão para entregar algo que as pessoas pudessem gostar e disfrutar ao máximo e achei que não estava preparada para tal com as minhas letras. Senti que não estava pronta para compor canções de um álbum inteiro. Fui humilde o suficiente para reconhecer que precisava de ajuda para compor. Foi quando recebi a ajuda de compositores portugueses como o Diogo Piçarra, o Guilherme Alface e também de alguns compositores de outras nacionalidades. Talvez daqui para a frente eu já consiga ter mais consistência nas minhas composições e componha as minhas próprias canções. É algo que eu estou a trabalhar e espero mesmo conseguir!
"More Than a 100" é o segundo single extraído de Deolinda Kinzimba.
Para terminar, em relação ao futuro, onde é que vais andar nos próximos tempos?
Há algo que eu vou fazer agora no final do ano e que vou divulgar por este dias nas minhas redes sociais. Acho que não posso divulgar já (risos). Em relação aos concertos, estou agora a preparar e a ensaiar as músicas todas para depois promover o álbum e fazer as coisas como deve ser!
Entrevista: Daniela Fonseca
Inserido por Redação · 02/01/2018 às 11:25