Aerosmith ao vivo em Lisboa: um emocionante até já na MEO Arena
18 anos após a última visita a Portugal, os norte-americanos Aerosmith despedem-se das digressões. A MEO Arena encheu e o público emocionou-se ao celebrar com a banda os seus já 46 anos de carreira.
Raveneye, o trio inglês formado em 2014, foram os grandes convidados para a abertura da noite. E ainda enquanto grandes filas se formavam à porta, os mais pontuais aplaudiam efusivamente a banda. Em pouco mais de meia hora, Oli Brown, Aaron Spiers e Adam Breeze passaram por temas como "Come With Me", "Hate" e "You Got It", conquistando o público lisboeta.
Às 22 horas em ponto chegava a vez de entrar em palco a "maior banda de rock americana". A digressão de despedida começou em maio, mas na noite passada foi a vez da capital portuguesa de receber os aguardados Aerosmith. A introdução foi feita com um flashback em vídeo que transportou a audiência para os primórdios da banda em 1970: a passagem por cassete, vinil, CD e, mais tarde, iPod, salientou a dimensão da carreira dos norte-americanos.
Steven Tyler, Joe Perry, Joey Kramer, Tom Hamilton e Brad Whitford entraram em palco deixando ao rubro o público lisboeta que registava o início do espectáculo de telemóvel na mão. "Let The Music" foi o primeiro tema a ecoar na MEO Arena. Seguiram-se "Nine Lives", "Edge" e "Elevator", que contou com uma gigantesca animação em vídeo do que seria uma viagem de elevador.
Entre os temas que emocionaram a audiência estiveram "Sweet Emotion", "Come Together", cover dos intemporais The Beatles e, como não poderia deixar de ser, "I Don't Wanna Miss A Thing", single que fez parte da banda sonora do filme Armageddon no qual participou Liv Tyler, filha de Steven. Aos 69 anos de idade, o vocalista impressionou o público mantendo o mesmo timbre de há quase 50 anos atrás. Fechando os olhos era difícil perceber se o concerto da noite passada era em tempo real ou uma gravação dos primórdios de Aerosmith. Joe Perry, guitarrista, cantou também com e sem Steven Tyler, sempre sem falhar uma única nota.
A saída de palco antes do encore foi ao som de "Dude" e o grupo regressou para "Dream On" e "Walk This Way", temas de 1973 e 1975, que assinalaram a definitiva despedida do público português. No alinhamento faltou a "Crazy", mas a falta do tema não se fez sentir tal foi a emoção desta enorme performance de uma banda que revelou ter envelhecido como o vinho.
"I Don't Wanna Miss A Thing" ao vivo na MEO Arena
Entre os vários prémios já conquistados, a banda conta com 4 Grammy Awards, 8 American Music Awards, 6 Billboard Awards e 12 MTV Awards, tendo ontem comprovado o quão merecidos são os galardões. O público, efusivo e emocionado, vestia as t-shirts oficiais desde o início da prestação dos norte-americanos e, ao contrário do que seria expectável, era um público bastante jovem. O impacto do grupo vai muito além da época em que foram lançados os seus grandes clássicos.
Eles dizem "Aero-Vederci Baby!", mas a verdade é que os Aerosmith são intemporais e deixaram uma enorme marca nestes últimos 46 anos de carreira e nos milhares de portugueses que estiveram presentes a noite passada. O adeus é relativo, mas fica a esperança de um retorno aos palcos e de uma nova vinda a Portugal.
Alinhamento
Let the Music Do the Talking
Nine Lives
Rag Doll
Livin' on the Edge
Love in an Elevator
Falling in Love (Is Hard on the Knees)
Stop Messin' Around (Fleetwood Mac)
Oh Well (Fleetwood Mac)
Hangman Jury
Seasons of Wither
Sweet Emotion
Boogie Man
I Don't Want to Miss a Thing
Come Together (The Beatles)
Eat the Rich
Cryin'
Dude (Looks Like a Lady)
Encore
Dream On
Mother Popcorn (James Brown)
Walk This Way
Fotos: Everything Is New/Alexandre Antunes
Texto: Maria Roldão
Inserido por Redação · 27/06/2017 às 14:06