Paula Fernandes em entrevista: "Desde que eu me conheço, a música está na minha vida"


Paula Fernandes ao vivo no Coliseu do Porto [fotos + texto]

"Estou muito feliz com a receção! (…) dá vontade de voltar" – Depois de esgotar o Coliseu no Porto com a sua digressão Amanhecer, Paula Fernandes esteve à conversa com a Noite e Música naquela que a cantora considera ser a fase mais fresca e leve da sua carreira.

Noite e Música: Há pouco no concerto afirmou que o concerto que deu aqui no Porto há uns anos foi um dos melhores concertos da sua carreira, este correspondeu à expectativa que tinha de voltar?
Paula Fernandes: Nossa, demais! Esse show no Porto que foi gravado por nós ainda nos emociona quando vemos alguma situação em especial como quando o público cantou "Sensações" e eu chorei! Eu estava muito ansiosa para voltar e saber como ia correr, e realmente o retorno valeu muito a pena, estou muito feliz com a receção! Todo mundo muito caloroso e muito querido, dá vontade de voltar!

NM: A Paula começou a cantar desde muito pequenina e foi entrando no mundo da música aos poucos, houve algum momento em que teve a certeza que a sua carreira estava decididamente lançada?
PF: Em 2009, quando tive a minha primeira música em novela, aliás não a primeira mas sim a primeira de um protagonista em "Paraíso" com "Jeito de Mato", cantei com o Almir Sater. Eu lembro-me que eles colocavam a música toda durante a novela com imagens maravilhosas a passar, aí eu senti que a música já tinha chegado às pessoas. Mas a minha imagem chegou no dia 25 de Dezembro de 2010 na participação no concerto do Roberto Carlos.

NM: Bem novinha lançou o seu primeiro álbum num estilo mais country, hoje em dia canta numa maior diversidade de estilos musicais. Qual é o estilo que gosta mais de cantar e compor?
PF: Na verdade a minha música é universal, eu sinto muito isso e como compositora eu nunca me reprimi para compor. Eu acho que este é um show que tem influências de todas as regiões do Brasil já que nestas andanças eu tenho visto um bocadinho de tudo! De todos os meus álbuns este é o mais diversificado, então eu não gosto de rotular, é do mundo!.

NM: Já fez inúmeras parcerias com vários artistas, não só brasileiros. Qual é aquela que se lembra até hoje com especial carinho?
PF: Todas elas! Cada uma com a sua importância, cada uma no seu momento e com a sua emoção! Mas aquela que me marcou muito foi com a Shania Twain em "You’re Still The One", eu sempre fui fã e recebi o convite para me encontrar com ela em Las Vegas, registamos este tema e inclusive participei no show dela! Para mim foi um dos momentos ímpares.

NM: Falando um bocadinho do processo de criação, onde é que vai buscar inspiração para escrever tantos temas e compor tantos álbuns?
PF: Pois é.. Há gente que acha que é preciso estar apaixonado para fazer uma música de amor, triste para fazer uma música triste. Para mim o processo é muito intuitivo, independente do meu estado, do meu humor ou da emoção do momento. Quando é a hora da música, a música simplesmente vem! Houve dias em que eu estava muito triste e fiz uma música alegre ou muito alegre e fiz uma música triste (risos) depende!

NM: Em relação a artistas que tenha como modelo, existem alguns que tenha tomado como referência para crescer no mundo da música?
PF: Há tantos! Há artistas tão incríveis! Gosto muito de Jonh Mayer, no Brasil tem Caetano, tem Gil.. Eu tenho muitos ídolos mas são de géneros diferentes de música, não gosto de rótulos (risos).

NM: Algum dia existiu a Paula Fernandes sem música?
PF: Sem música não. Desde que eu me conheço, a música está na minha vida. Eu lembro-me que aos dois anos de idade o meu pai já gostava de tocar viola, a minha educação sempre foi no meio da música. O meu tio também era um homem ligado à música mas num género musical diferente! Foram dois universos que me equilibraram na minha formação de personalidade musical.

NM: Houve algum dia em que pensou largar a música e seguir outro caminho, uma outra profissão?
PF: Não, houve uma altura que eu cheguei a dar uma pausa na carreira, foi uma coisa muito rápida mas parar nunca pensei! Se fosse mais alta eu acho que ia querer jogar basket mas a cantar também! (risos).

NM: Nasceu para cantar?
PF: É.. eu acho que nasci para cantar!.

NM: Com todo o sucesso tem hoje em dia, milhões de fãs e milhões de bilhetes vendidos todos os anos, o que é que falta fazer?
PF: Nossa! Há tantos discos para gravar, tantas obras para realizar! Eu tenho agora um projeto novo que deve ser gravado no dia 15 ou 16 de Abril em São Paulo, é um projeto que vem com frescura e leveza mostrando mais a cara deste momento que eu estou a viver.. Eu mudei tudo não é? Hoje vocês puderam conferir um pouco desse trabalho que vai ser o DVD, que se Deus quiser lançamos aqui também!.

NM: Para terminar, para si como é lidar com o sucesso?
PF: É trabalhoso.. Não vou dizer que é difícil mas é de facto trabalhoso. No princípio nós achamos que sabemos o que é o sucesso mas quando ele chega descobrimos que não sabe nada! (risos) Preparamo-nos para uma coisa que não sabemos o que é, mas à medida que o tempo vai passando vamos amadurecendo e aprendendo a lidar com as coisas boas e as coisas ruins. Eu sempre quis ser cantora, sempre quis viver da minha música mas nunca quis ser famosa. Acontece que as duas coisas acabam por vir juntas e a fama obviamente traz consequências não muito boas, a perda de privacidade é uma delas mas eu tenho vindo a conviver bem com isso. É bom! No final dá tudo certo.

Entrevista: Daniela Fonseca

aqui a reportagem do concerto de Paula Fernandes no Coliseu do Porto.